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Julia G. Townsend1 ; Isadora P. O. dos Santos2 ; Larissa T. Lazarotto3 ; Fernando G. Munhoz4 ; Micael F. M. Lopes4 ; Valesca P. dos Santos4 ; Ilusca S. Finger5 1Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil 2Universidade Federal de Pelotas, UFPel, Pelotas, RS, Brasil 3Universidade de Caxias do Sul, UCS, Caxias do Sul, RS, Brasil 4Santos Hospital Equino, SHE, Porto Alegre, RS, Brasil 5Centro Universitário Ritter dos Reis, UniRITTER, Porto Alegre, RS, Brasil townsend.julia@hotmail.com
RESUMO
A Síndrome cólica devido ao encarceramento nefro-esplênico ocorre pelo deslocamento da flexura pélvica ou do cólon esquerdo sobre o ligamento nefro-esplênico. Dentre os tratamentos encontram-se métodos conservativos e cirúrgicos, tais como o uso de fármacos vasoconstritores associados ao exercício e celiotomia exploratória, respectivamente. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um equino com síndrome cólica devido a um encarceramento nefro-esplênico. Foi atendido um equino macho, castrado, da raça Brasileiro de Hipismo, com 486kg, com sinais clínicos de síndrome cólica. O atendimento emergencial foi realizado, evidenciando temperatura corporal elevada (38,7 C°) e motilidade reduzida no intestino delgado, sondagem nasogástrica improdutiva, hematócrito de 39% e proteína plasmática total de 6,2g/dL. No exame ultrassonográfico abdominal (US), não foi possível observar o rim esquerdo e visualizou-se segmentos de alça intestinal sobre o ligamento nefro-esplênico, confirmando o diagnóstico de encarceramento. A palpação retal mostrou-se compatível com a patologia. Foi realizada hidratação parenteral e fenilefrina (3µg/kg/min) em infusão por 15 minutos (Hardy et al.,1994), visando vasoconstrição esplênica, reduzindo o tamanho do baço e permitindo o reposicionamento do cólon. Para estimular tal reposicionamento, o animal foi submetido ao trote contínuo por 30 minutos. Em posterior US e palpação retal, observaram-se os órgãos em posição anatômica, confirmando a reversão do quadro. Após quatro dias de observação, com ausência de sinais compatíveis com síndrome cólica, o animal ganhou alta hospitalar. Conclui-se que, apesar de ser uma patologia desafiadora e dolorosa, o encarceramento nefro esplênico pode ser revertido de forma conservativa, sem os riscos de um procedimento cirúrgico.
Isadora P. O. dos Santos1 ; Julia G. Townsend1 ; Caroline X. Granada1 , Fernando G. Munhoz1 ; Micael F. M. Lopes1 ; Valesca P. dos Santos1 ; Ilusca S. Finger2 1Santos Hospital Equino, SHE, Porto Alegre, RS, Brasil 2Departamento de Clínica Veterinária, Faculdade de Veterinária, UniRITTER, Porto Alegre, RS, Brasil townsend.julia@hotmail.com asa
RESUMO
O trabalho consiste no relato de caso de um equino fêmea apresentando síndrome de cólica e submetido a celiotomia exploratória evidenciando a presença de múltiplos enterólitos. INTRODUÇÃO
A síndrome cólica pode ser ocasionada por diversas alterações, tanto a nível de intestino grosso, delgado e gástrico. Dentre as alterações de intestino grosso, encontra-se a enterolitíase. A enterolitíase consiste na presença de concreções minerais no intestino, formadas por fosfato de amônia e magnésio, principalmente. Nos equinos, a amônia é produzida continuamente no cólon menor e os fosfatos são encontrados na alimentação, desta forma predispondo a sua formação, formando-se geralmente redor de algo, como um corpo estranho (UZAL, 2016). Tendo isso em vista, o objetivo deste trabalho é relatar um caso de enterolitíase, em uma égua, da raça American Trotter.
RELATO DE CASO
Foi realizado o atendimento, a um equino fêmea, nove anos de idade, 350 Kg, da raça American Trotter, apresentando um quadro de abdômen agudo. Constatou-se durante a anamnese que o quadro havia iniciado há dois dias, não sendo responsivo aos anti-inflamatórios não esteroidais. Durante a inspeção física do animal, notou-se uma expressiva distensão abdominal, com ênfase no flanco direito, e prolapso retal. O animal apresentava elevação da frequência cardíaca, mucosa oral congesta com halo cianótico, tempo de preenchimento capilar maior que 3 segundos, hipomotilidade intestinal, grau de dor severa, hematócrito de 47% e proteína plasmática total de 7.2 g/dL. Para corrigir o desequilíbrio hidroeletrolítico presente, foi realizada a hidratação parenteral, com solução de Ringer com Lactato. No exame ultrassonográfico, observou-se alterações compatíveis com deslocamento de cólon maior, como vasos sanguíneos no flanco direito pelo aspecto lateral, cranial ao ceco. Além disso, realizou-se o procedimento de tiflocentese devido ao grau de distensão abdominal. Levando em consideração o quadro clínico do animal e demais achados nos exames complementares, o paciente foi encaminhado à celiotomia exploratória. Como medicação pré-cirúrgica, foi administrada gentamicina (6,6 mg/kg) via intravenosa (IV), penicilina (25.000 UI/Kg) através da via intramuscular (IM), flunixin meglumine (1.1mg/kg/IV) e cloridrato de xilazina 10% (1.1 mg/kg/IV). Para indução anestésica administrou-se a associação de cetamina 10% (2.2 mg/kg/IV) e diazepam (0.05mg/kg/IV), com manutenção sob anestesia inalatória com isoflurano em oxigênio a 100% conforme demanda. No transoperatório foi diagnosticada a enterolitíase, observando-se sete enterólitos situados no cólon dorsal direito, de formato irregular com grande risco de ruptura visceral. Durante a exteriorização do cólon maior, foi percebida uma lesão a nível de serosa, expondo a camada muscular do cólon. Devido ao risco de ruptura, foi realizada sutura em padrões seromusculares com fio Polidioxanona 2-0 (PDO 2- 0). Realizou-se a enterotomia na flexura pélvica para lavagem intraluminal e retirada dos enterólitos encontrados. A enterorrafia da região foi realizada em dois padrões invaginantes: Schmieden e Cushing, com PDO 2-0. Em seguida, as vísceras foram reposicionadas, a cavidade abdominal inspecionada e realizada a celiorrafia com PDO 4 em padrão simples contínuo, redução do espaço morto com PDO 2- 0 subcuticular e fechamento da pele em padrão intradérmico. Na terapia pós-operatória foi administrado flunixin meglumine (1.1mg/kg/IV), penicilina (25.000 UI/Kg/IM), gentamicina (6,6 mg/kg/IV) e metronidazol (15mg/kg) através da via oral, durante 7 dias. O animal recebeu alta hospitalar após oito dias de pós-cirúrgico. RESULTADOS E DISCUSSÃO No caso relatado foram identificados sete enterólitos situados no cólon dorsal direito. A distribuição e a quantidade dos enterólitos ao longo do intestino grosso pode ser variável e dependendo do local e de seu tamanho os sinais clínicos são demonstrados de maneira diferente (THOMASSIAN, 2005). No caso da enterolitíase os exame clínico e complementares raramente são diagnósticos (FISCHER, 2001). Sendo assim, na ausência de diagnóstico etiopatogênico, somado à recidiva da dor após descompressão gástrica e não administração de analgésicos, deve-se considerar um indicador da necessidade de tratamento cirúrgico. Durante o procedimento cirúrgico, deve-se ter cuidado na manipulação das alças intestinais e na retiradas das concreções, visto que dentre as complicações intra-operatórias incluem a ruptura de alguma porção do trato gastrointestinal durante a manipulação cirúrgica (FISCHER, 2001). Conforme citado por Murray et al. (1992), os demais segmentos intestinais devem ser cuidadosamente inspecionados antes da realização da celiorrafia, para assegurar que não existem enterólitos remanescentes, como foi realizado neste estudo. O prognóstico geralmente é favorável, sendo os melhores resultados obtidos quando a retirada da concreção é feita antes que ocorram deteriorações a nível de parede intestinal (HARDY, 2017). Neste caso, optou-se pela sutura em padrões seromusculares das áreas com lesão, impedindo que estas lesões se expandissem e gerassem maiores danos, como rompimento total. CONCLUSÕES Na enterolitíase deve-se realizar uma abordagem emergencial adequada e descartar diagnósticos diferenciais. A partir da celiotomia exploratória foi possível realizar uma completa avaliação dos segmentos intestinais garantindo a integridade, retirada total das concreções e prognóstico favorável do paciente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FISCHER, Jr. Enterolithiasis. In: MAIR, T.; DIVERS, T.J.; DUCHARME, N. (1ed). Manual of equine gastroenterology, WB Saunders, 2001. p. 293-296. HARDY, J. Specific Diseases of the Ascending Colon. In: BLIKSLAGER, A.T. et al. (3ed) The Equine Acute Abdomen, John Wiley & Sons, 2017. p.754-755. MURRAY, R.C.; GREEN, E.M.; CONSTANTINESCU, G.M. Equine enterolithiasis. TheCompendium, n. 8, p. 1104-1112, 1992. THOMASSIAN, A. (4ed). Enfermidades dos cavalos. São Paulo: Livraria Varela, 2005. UZAL, F.A.; PLATTNER, B.L.; HOSTETTER, J.M. Alimentary system. In: MAXIE, M.G (6ed) Jubb, Kennedy, and Palmer's Pathology of Domestic Animals, St. Louis: Elsevier, 2016, p.1-257
Caroline X. Granada1 ; Júlia G. Townsend1 ; Isadora P. O. dos Santos2 ; Fernando G. Munhoz3 ; Valesca P. dos Santos3 ; Micael F. M. Lopes3 ; Ilusca S. Finger4 1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil 2 Universidade Federal de Pelotas, UFPel, Pelotas, RS, Brasil 3 Santos Hospital Equino, SHE, Porto Alegre, RS, Brasil 4 Centro Universitário Ritter dos Reis, UniRITTER, Porto Alegre, RS, Brasil carolinegranada98@gmail.com
RESUMO
A enterite proximal é caracterizada por uma inflamação no terço proximal do intestino delgado. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de enterite proximal em equino da Raça Crioula. Foi atendido um equino, adulto, macho, da raça Crioula, apresentando no exame clínico dor abdominal severa, temperatura, frequências cardíaca e respiratória elevadas, sondagem nasogástrica produtiva e motilidade intestinal reduzida. Na ultrassonografia abdominal, apresentava distensão de intestino delgado, compatível com enterite proximal, além de evidenciar deslocamento de cólon maior. A palpação retal mostrou-se compatível com deslocamento. Após terapia de suporte, o animal foi encaminhado para celiotomia exploratória, na qual foi realizado o reposicionamento visceral. No pós-operatório, o paciente apresentou desconforto abdominal, sendo necessária a sondagem nasogástrica para descompressão gástrica e alivio da dor, apresentando um conteúdo de coloração castanho-alaranjada. O animal apresentava desidratação, mucosas congestas, temperatura, frequência cardíaca e respiratória elevadas e motilidade intestinal reduzida, com episódios de diarreia. Foi realizada fluídoterapia, terapias prócinéticas de infusão de lidocaína (inicial:1,3mg/kg; restante:0,05mg/kg) e cloridrato de metroclopramida (0,04mg/kg/hr). Para analgesia e redução da temperatura foram utilizados dipirona sódica (10mg/kg, IV) e flunixin meglumine (1,1mg/kg, IV). A antibioticoterapia foi realizada inicialmente com penicilina (25.000 UI/kg, IM) e gentamicina (6,6mg/kg, IV), seguida de metronidazol (15mg/kg). A melhora do animal foi evidenciada pela estabilização dos sinais vitais e retorno da alimentação, sem refluxo. Após 10 dias de internação, o animal recebeu alta. A administração de terapia suporte, medicações pró-cinéticas e antibioticoterapia foram eficazes para o tratamento da enterite proximal e prognóstico favorável do paciente.
SÍNDROME CÓLICA POR ENTEROLITÍASE EM EQUINO FÊMEA DA RAÇA AMERICAN TROTTER: RELATO DE CASO
ENTERITE PROXIMAL EM EQUINO DA RAÇA CRIOULA: RELATO DE CASO
Larissa V. Garcia1; Júlia G. Townsend2 ; Fernando G. Munhoz3 ; Valesca P. dos Santos4 ; Micael F. M. Lopes4 ; Ilusca S. Finger1 1Centro Universitário Ritter dos Reis, UniRITTER, Porto Alegre, RS, Brasil 2Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil 3Universidade Federal de Pelotas, UFpel, Pelotas, RS, Brasil 4 Santos Hospital Equino, SHE, Porto Alegre, RS, Brasil larissavieiragarcia@hotmail.com
RESUMO
A síndrome cólica ou abdômen agudo é muito comum em equinos, sendo definida como um quadro de dor abdominal que pode ter origem em qualquer órgão desta cavidade. Os sinais clínicos variam em intensidade conforme as particularidades do paciente, assim como a sua forma de resolução, podendo ser clínica ou cirúrgica. Partindo deste contexto o objetivo deste trabalho é relatar um caso de impactação de íleo em equino da raça Brasileiro de Hispismo. Foi realizado o atendimento a um equino, fêmea, dez anos de idade, da raça Brasileiro de Hipismo com histórico de dor abdominal moderada a severa. No exame clínico foi observada frequência cardíaca de 60 batimentos por minuto (bpm), frequência respiratória de 20 movimentos por minuto (mpm), hipomotilidade, hematócrito de 41% e proteína plasmática total de 7,8 g/dL. Seguindo o protocolo de atendimento foi realizada a sondagem nasogástrica que se classificou como produtiva para refluxo gástrico. Na palpação transretal foram identificadas alterações de posicionamento visceral e na avaliação ultrassonográfica transabdominal foi possível identificar alças de intestino delgado distendidas. A partir dessas informações o paciente foi encaminhado para celiotomia exploratória. Durante o procedimento de intervenção concluiu-se que a causa do desconforto abdominal era impactação de íleo, assim optou-se como tratamento a enterotomia pelo ceco seguida de lavagem. A cirurgia deu-se como bem-sucedida, sem complicações no pósoperatório durante a internação. No décimo terceiro dia o paciente recebeu alta seguido de recomendações para manejo na propriedade. A enterotomia e lavagem cecal foram eficazes como tratamento cirúrgico para impactação de íleo